sexta-feira, 9 de abril de 2010

04/03/10.

O garoto tinha mãe.
Mas não sabia o que era o sol.
Um dia, ele teve um pai.
Mas nunca teve o prazer de ver a noite.
Tinha também uma casa grande.
Mas nunca apreciou um livro. Uma moça apreciara por ele. Moça que, se você olhar bem, dependendo do seu ponto de vista, poderia ser linda. Mais que linda, deslumbrante. E isso era algo que o nosso garoto, que nunca viu nada, pôde enxergar. Ele, e somente ele.
"Linda," dizia ele. "Quero você sempre ao meu lado."
Então, talvez com a ajuda de seu amor (ou não), ele conseguiu ver o sol e tudo mais. Mas seu amor se foi. Se ele queria ver o resto do mundo, não poderia mais vê-la.
Ele viu sua mãe somente pouco antes de sua morte.
Ele viu o sol, e o mesmo machucou seus olhos recém abertos.
Não viu seu pai. Tarde demais. Já estava em outro mundo...
Viu que a noite de nada lhe serviria. Ela só o faria voltar para a escuridão na qual já viveu por anos.
Viu quão grande era sua casa, e sentiu-se mais sozinho que nunca.
Leu todos os livros que sua capacidade permitia.Mas enxergar a vida e o mundo só o fez querer seu amor de novo. Preferia vê-la e ouví-la do que ao resto do mundo.


E, por ela... Ele perdeu tudo de novo...

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